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Foto do escritorfernanda pereira

Criatividade - e o que ela tem a ver com terapia?

Criatividade significa capacidade de criar e implica a emergência de um produto novo: gerar novas relações, novas possibilidades e, ainda, novas opções de vida. E para tal, ressalta a ideia da coragem.


“A coragem de que falamos não é o oposto do desespero. Muitas vezes teremos de enfrentar o desespero, como tem acontecido a todas as pessoas sensíveis nas últimas décadas. Por isso Kierkegaard e Nietzsche, Camus e Sartre afirmam que a coragem não é a ausência do desespero, mas a capacidade de seguir em frente, apesar do desespero.” (May, 1975).

A criatividade depende de um potencial que a coloque em contato com a realidade, da mesma forma que a coragem o faz. Para se ter coragem é preciso ter medo, conhecimento e coração. E para se ter criatividade, exaltamos a necessidade de intensidade e profundidade.


Intensidade pode ser entendida com o preenchimento de si por si mesmo, que ressalta a priorização do desenvolvimento próprio – desenvolvimento esse potencializado pelo ambiente terapêutico, que apresenta um espaço seguro para o encontro do indivíduo consigo.


Já a profundidade seria o pertencimento ao princípio de uma relação, ou seja, entender a proposta básica de uma relação. A partir experiência promovida no ambiente terapêutico, poderemos, portanto, entrar em contato com nossas fraquezas e inseguranças, que nada mais são do que lidar com o desconhecido, buscando sempre a proposta inicial de se ter coragem, e portanto, mais acesso à criatividade.



Obstáculos para a Criatividade - e caminhos para superá-los


Um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da criatividade passa por como muitas pessoas aprenderam e ver o processo criativo e as pessoas responsáveis por tais criações: muitos têm a concepção de que os indivíduos por trás disso são pessoas criativas por natureza, que possuem o dom divino, favorecendo apenas um grupo seleto de indivíduos.


Recentemente e a partir de contribuições de pesquisadores, as ideias acerca da criatividade e de que suas invenções surgissem como toques de mágicas ou somente em pessoas favorecidas caiu por terra, dando lugar à ideia de que todo ser humano apresenta habilidades criativas que podem ser treinadas por meio da prática. Para isso, bastam condições ambientais favoráveis bem como domínio de técnicas adequadas.


Segundo Giglio (1922:35), não é verdade “que loucura e genialidade estejam necessariamente vinculadas. O gênio pode ser tal, apesar de sua loucura; entretanto, sem ela, é mais criativo.”

Do ponto de vista do professor, teólogo e psicanalista May (1975), a inovação, a partir da ideia de criatividade, não é modificar o que já existe, mas sim estabelecer novas relações, criar possibilidades práticas da própria criatividade em si – exercício esse que mora na essência da psicoterapia. A criatividade não parte do nada, ela advém da junção de conhecimento, compromisso e investimentos.


May (1975), em sua obra “A coragem de criar”, destaca também alguns limites para a criatividade e ressalta que os limites são inevitáveis na vida humana, além de valiosos.


De acordo com Maslow, citado por Alencar & Fleith, “o que um homem pode ser, ele deve ser.”


Apesar de todos serem sabedores da importância que há em estimular-se a criatividade, poucos o fazem para favorecer seu desenvolvimento.

Isso pode ser explicado pela falta de informações acerca do assunto, e também pelo senso comum que percebe a psicologia clínica somente como espaço para remediar incômodos, ficando invisível o efeito potencializador do desenvolvimento de si e da criatividade.


Há inúmeras formas, exercícios, entre outras tarefas que podem ajudar no estímulo da criatividade. Pode-se destacar a tempestade cerebral (brainstorming), a sintética, listagem de atributos e exercícios sensoriais ligados ao uso da imaginação.

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